O absurdo me ama

Nasci preso a teia dos hostis

No meu nariz, o meu rumo apontava

Notei desigual as regras de ser feliz

E as regras eram menos prazerosas

Fui aquele que andava despido

De cabeça erguida por não ter nada

Nada daquilo era confortável ao delírio

Ser provocador, dos ricos e dos pobres

Existir e provocar quem não queria me ver

Insultar os velhos, os loucos e os calmos

Blasfemar risadas sobre seus salmos

E ter como parceiro, a rejeição,

Além daquele que insulta o doido na rua

E das vadias que dormem de dia

O cativo deste mundo que grito e vivo

É o prazer de dizer que o absurdo me ama

E não me cobra por isso, qualquer mesquinho motivo...