Sombra

Ela nasceu ao abrir dos livros.

Sentou-se ao meu lado e de lá não saiu.

E desde então, uma nova amiga conseguiu.

E de tão grande e tão densa,

Sua voz soava, seu trovão cantava:

"Culpada!", dizia.

E aos poucos, meu coração encolhia.

Enquanto meu caminho prosseguia

"Culpada!" era o que ecoava

Pelo caminho tão escuro

Como a Sombra que me acompanhava.

Parando num desvio estranho,

Num canto que não tinha percebido,

Vejo um raio de luz tímido.

Tentando segurá-lo em minhas mãos

Vejo meu próprio reflexo.

Cansado, triste e gelado.

Com a Sombra sempre ao meu lado.

Continuo andando pois não sei como voltar.

A Sombra sempre a me acompanhar.

Mas não mais a temo,

Tento não me preocupar.

Pois ao olhar para o espelho

Vejo que o cansaço e a tristeza

Aos poucos estão a me deixar.

Giulia Dohoczki
Enviado por Giulia Dohoczki em 03/01/2014
Reeditado em 03/01/2014
Código do texto: T4634830
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