Mexeriqueira

Vida sem graça mulher fofoqueira

Debruça sobre a janela da casa apagada

Cuida do rabo de quem ali passa

Cuida da rotina alheia e vive uma vida sem graça.

No quarto dos fundos a menina não fala

No sofá da sala o marido esquecido

Em outro canto da casa um filho arredio

E você ainda olhando a vida alheia, continua na janela debruçada.

Sua vida continua embaraçada,

Mas você prefere espiar a janela vizinha

A comida ainda está por fazer,

E a menina ainda brinca sozinha.

Ma a língua continua afiada,

Se desdobra investigando a Maria

Desconfia dos amores de Terezinha,

Sabe tudo de Josefa, de Margarida, mas diz que a fofoqueira da rua é Dona Gracinha.

Mulher mexeriqueira

A sua história é de pena,

Empenha-se apontar a vida alheia

Mas chora escondida a decadência da sua falsa realeza.

Alex Wolney
Enviado por Alex Wolney em 03/01/2014
Reeditado em 14/06/2023
Código do texto: T4634599
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