ÁGUIA

Como a águia decidida
subi o penhasco!...
O mais alto que pude, subi.

Agi!

Comecei,
como a águia, a retirada difícil
de cada pena envelhecida e feia.
Uma a uma biquei, com a força premente
da autoflagelação!

Como a águia, sangrei pelos poros agredidos.

Ergui os olhos em dor
e vi o mundo da minha necessidade!

Como a águia, arranquei cada unha encravada no meu ser
e vi, mais uma vez, o meu sangue escorrer.

Como a águia, contemplei-me nua, sem penas e sem garras!...

Aquietei-me, como a águia,
mas, diferente da águia, chorei.
E, como a águia, esperei!

Novas penas e novas garras nascerão em mim,
                                                            de mim,
                                                            para mim,
mas diferentes, com mais brilho e menos afiadas!

Como a águia, aguardo um novo amanhecer,
na solidão do penhasco,
que é companhia desejada!

Isso é crescer!
É renovação!

                    Para um voo maior ?!
VanePedrosa
Enviado por VanePedrosa em 02/01/2014
Código do texto: T4634093
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