Poema Para a Minha Esposa

Continuo Confuso

Buscando o sentido

Ou ao menos uma

Justificação

Para esta vida:

Exatamente como

Quando tinha dez anos

Quatorze, dezoito.

E agora o aluguel,

Os cartões de crédito,

As exigências trabalhistas,

Os cálculos econômicos,

As conjecturas políticas

Tingem com mais sombras

A escuridão.

O corpo aos poucos

Se desfaz

E é cada vez mais raro

A música, a beleza e

A dignidade.

Não gosto de te ver

Triste recolhida em um

Canto da casa.

O seu sorriso é admirável,

É um dos poucos redutos

Onde ainda encontro

Música, beleza e dignidade.

Não permita que os anos

Tragam ferrugem para

A tua boa vontade.

Não permita que a infâmia,

A inveja, o egoísmo

Descolore a primavera

Que sempre existiu a

Sua volta.

Os anos assomam perdas,

Fraqueza e ignorância.

Porém, contraponho aos anos

Meu simples e inquebrantável

Sim e contraponho também

Você.

Daniel Barbosa
Enviado por Daniel Barbosa em 02/01/2014
Código do texto: T4633953
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