EPIDEMIA
Com medo do abismo,
na corda bamba,
eu cismo
dançar ciranda.
Como um
menino moleque
desses travessos
vou fazer graça,
muitas pirraças,
vou gargalhar.
Sou imune,
e vou tirar onda
do teu cinismo
macro hipócrita,
doentio
e contagioso.
Desse tua
coragem disfarçada
diante do abismo,
de dançar ciranda
na corda bamba.
Desse teu desejo
de querer
empacotar a noite
falsamente iluminada,
deixando as estrelas
esquecidas.
Deixando esquecidos
o balé
dos vaga-lumes.
A sinfonia
dos grilos.