Por que não vens logo?


Por que não vens logo e cessa de vez teu pranto,
Por que ainda te manténs assim tão distante,
Por que não vês que a cada tão sofrido instante,
Longe de mim, morres sem teu ansiado acalanto?

E, como eu, desvaneces neste intervalo de tempo
Que nos separa, desde a última vez em que vimos
Dois corpos trementes, ansiosos por mútuos mimos,
Se fundirem, côncavos e convexos, bem me lembro.

Horas de amor infinito amplamente desfrutados
Em todas as variações que o amor nos permitia
A flutuar por cada um recanto que ainda existia,
A descobrir segredos mútuos ainda não revelados.

Não vês que nos amando assim nos tornamos adictos
De nós próprios, de nossos desejos, reciprocamente,
Por mais que tentes, não consegues tirar-me da mente,
E eu sem ti, sem tua presença, também sofro, constrito.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 01/01/2014
Reeditado em 02/01/2014
Código do texto: T4633075
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