Central do Brasil
Amontoado de gente
Pobre, rico, indigente
Advogado, vigilante
Mar de gente abundante.
Drogaria, putaria
Delícias da padaria
Apontador de jogo de bicho
Esfomeado catando lixo.
Restaurante popular
Gororoba a degustar
Nosso povo sem escolha
Da garrafa bebe a rolha.
Puxou pistola, já perdeu!
Trabalhador que se fudeu
E viu o salário de mês
Correndo num bando de três.
Próximo a copa do mundo
Mar lotado e imundo
Cidade conhecida pela bossa
Afundada num monte de bosta.
Tocador de saxofone
Vendedor de telefone
Prostitutas na esquina
Nova, velha e menina.
Tem de tudo na central
De humano a animal
Digo com todo respeito
Ao professor prefeito.
O problema não é dele
De tão lisa e fina pele
Pois isolado do povo
Reeleito é de novo.
Vem prefeito, vem aqui
Sentir cheiro de xixi
Pois aposto um real
Que não achas tão normal.
Belos tempos, nota mil
Aqui na Central do Brasil
A tendência é piorar
Se o povo assim deixar
Axeramus 19/01/2012