HOSANAS A UM NOVO TEMPO
Odir Milanez


 
Eis dois mil e quatorze à nossa frente,
após um parto há tempos aguardado,
após um ano velho ultrapassado,
que parece, ao passar tão de repente,
que não passou. O ano amanhecente,
do sol a velha luz evita a ausência,
dos seus raios renova a recendência,
madruga a noite  e diz-se renascido.
Mas o que trás consigo é sem sentido:
enchentes, secas, mortes, violência...
 
Quantos cantos cantados mundo afora!
Até parece o tempo haver parado.
Os pecadores pecam sem pecado,
a vida vive o instante, o ser agora!
O que havia de ruim se vai embora,
sem chances de voltar, sem resistência.
Das horas vêm a nova consciência
de vida, virginal no colorido.
Mas o que trás consigo é sem sentido:
enchentes, secas, mortes, violência...
 
Beijos, abraços, brigas paziguadas,
querúbicos quereres e querências,
ausências afastadas das ausências,
revoltas e rupturas resguardadas.
As facetas ferinas são mudadas
no inacessível instante da inocência.
Parece haver do puro a permanência
nas tendências do tempo pretendido.
Mas o que trás consigo é sem sentido:
enchentes, secas, mortes, violência...
 
 
JPessoa/PB
01.01.2014
oklima


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Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos à vida...

 
oklima
Enviado por oklima em 01/01/2014
Reeditado em 01/01/2014
Código do texto: T4632957
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