Persistindo

E persisto a escrever por teu corpo, dolente,
Ora em decúbito, em tuas nádegas, com a pena
Em um frio contato da tinta em tua pele morena,
Deliciando a ti e também a mim, sofregamente.

Por toda ela discorro poesias em línguas diversas,
Em francês, a língua universal do amor, em inglês,
Em castelhano, italiano, até mesmo em português,
Incontido na linguagem deste amor que ora versa.

Já divaguei por todo teu corpo, nele pintei afrescos
em teus seios, que me levaram para mundo distante,
em que me quedei sem receios, amado, ora amante,
para o diamante de teu ventre, onde teci arabescos.

E persistindo em minha infinita e intensa procura,
De ti, de teu corpo, de mim mesmo, onde encontro
A paz ansiada neste único e indescritível ponto
Em que me quedo, nesta inefável ansiada loucura.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 01/01/2014
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