NOSSO DESERTO
NOSSO DESERTO
O silencio era nosso atrativo
Naquele deserto em que vivíamos.
Viajávamos sem sombras apesar do sol escaldante,
Nossa solidão era nossa catedral
Onde buscávamos a fé que nos abastecia.
Éramos nômades em busca do nada
O deserto tem esse poder,
De nos esconder
Mesmo sendo visíveis.
Porem , como sempre, existe uma luz no fim do túnel
Nos nosso caso, um oásis a nos esperar,
Onde a agua cristalina do único poço
Recupera nossas faces sem aquela areia,
Que nos deixa mais imperceptíveis
Nas dunas que não deixam rastros.
Creio que nosso silencio chegou ao fim;
A intuição que nos deu o silencio daquela catedral
Nos diz que logo a nossa frente, encontraremos pegadas,
Onde o rumo norte nos aguarda
Com uma sombra diferente da nossa,
Onde o aceno é luz aos olhos
E a boca seca pede um beijo de reencontro.
Di Camargo, 17/12/2013