NÃO SOMOS OUTROS

O canto alegre

do violeiro

entregue

sobre a calçada

palco de tudo

que não toca

sua realidade

parece desprezo

algo coezo

com sua vontade

transborda virtude

desaba solidão a noite

indo embora

poucos trocados

pessoas

lá sabem que

sorri mesmo

pelos trocados

jogados

uns ainda valem

mais que outros

ainda possam junto

ter o que dar

de comer

a si mesmo

descendo das

lamúrias tristes

posso não estar nunca

ali mesmo que

canto sorrindo

pra desfazer

o que você sente

presente

instante que toco

seu toque no bolso

me comove

retire um pouco

pra mim

já é muito desse fim

que espero.