Perdidos na Transilvânia
Sombras abundantes... Fumaça... Um forte odor!
Pavor... Há muita fumaça nesse lugar distante
Onde nossas roupas não servem para nada, um frio dominante!
Sobre o corpo, eu as uso, creio, apenas por pudor ao semelhante
Num instante, morcegos se adentram em minha mente...
São muitos na minha cabeça, desviando dos meus pensamentos...
Obscurecendo minhas idéias; sou onicófago e nem me lembro desde quando!
Mesmo sujas e mínimas nos dedos, as roo tanto! Tento...
Cravá-las em minha face, arranho-a; quando voltaremos para nossas casas?
Desespero; quando sairemos desse pântano tenebroso?
Quando nos desviaremos do predador... Somos nós as presas?
Quando encheremos, outra vez, de vinho nossas finas taças?
Pensando nisso, eis que vejo a transformação...
Vejo-o e sinto pavor; vejo a ruína de um rosto!
Era ele, desde o início... Outrora morcego, agora o Conde Drácula...
Diante da certeza da morte, meu Deus; fomos tomados por um enorme desgosto!
*A Béla Lugosi (20/10/1882 — 16/08/1956).