A última resolução
Meu caminho é a transfiguração, meu bem.
Você enxerga,
você percebe-me?
Não sou sua trincheira,
não sou seu caos em plena fusão.
Meu amor, meu amor, meu amor!
Mesmo agora, eu sigo.
Persisto, transpasso, trespasso, ultrapasso:
sem bússola, sem alarde.
Meu caminho é a neutra clandestinidade,
é corda longa e instável:
nela me equilibro
como posso,
como passo.
Você é uma garota isenta.
Mas note, nessa noite, meu amor delirou em funesta febre,
minha língua sem teu mel.
Meu corpo enfermo, soberbo,
disperso pelas praças do continente.
Meu amor nada atinge além do próprio corpo,
o corpo próprio.
Onde estava,
com seu soro,
seu antídoto?
Não, não diga nada, meu bem.
Agora estou em paz e motivado,
imotivado.
A máquina do mundo abre-se diante de meus olhos.
Sou um homem com dois pés e sete cabeças.