DEVANEIO POR INTEIRO

Vem consolação

me apagar

passa ela

pelo bar

água degela

vodka sobre gelo

meio copo

de reflexo

sem olhar pra traz

onde ela vai

também já fui

é que passos

tão rápidos

toques malabarismos

roupas se movem

sem vento

traz vento adocicado

amargo tempero

destino exagero

ver ela passar

olhar relance

olhos de gata

alvo ao alcance

poderosa de preto

aneis prateados

pintam unhas e dedos

retiro gravata

abro-me a esse vento

sentimento perfeito

luzes estranhas

manhas de quadril

quadras em rio

dobra esquina

sua sede me pede

copo derretido

quebrado jogado

de lado momento

que saio vou nadar

mesclar

o que deixas por

acaso madeixas

deixam fios pistas

sobre estrada

onde antes

não havia nada

apenas estrada.