Incógnita
Lúcido desejo.
Ansejo de seu beijo,
Que nunca será meu.
Quem foi que inventou
Essa tal da paixão,
Que nunca me fez bem?
Nem menos solidão.
Por que então?
O que é que se ganha
Ao iludir um coração?
Fantasia, imaginação.
E já fora algo a mais?
A razão, antes sagaz
Não mais ousa se meter.
E porque o faria?
Se ao fim da luz do dia,
De nada vale o seu saber.
Na madrugada fria,
Quem não dorme é o coração
Que não se cansa de escrever.