Ode à minoria
No lugares, nos lares, nas rodas
Nos quadros, nos dados, nas sobras
Onde pouco é visto,
Uma imensidão invisível
Onde ao outro não existo
Sou minoria em tudo que acredito
Sou da Democracia, o mais terrível
Assim, o perfeito é incompleto
E repleto de sujeitos e seus defeitos,
Na cabeça, nas mãos, no peito
Nos gritos que esmagam os ouvidos
Na corrente do rio que para,
Não flui! São as pedras, e seu curso
É o homem e seu discurso
Que não agrada quando contraria
É o fardo de ouvir a chata minoria
Esbravejar que tudo não é como é se queira
Que é preciso suportar o inverso
Tão incômodo quanto a decepção
De se desafinar a melhor canção
De sair do ritmo na dança da vida
De não se despedir na hora da partida
Ser minoria no mundo que quer ser tudo
De uma vez, digo a esse mundo,
Ainda não tá certo, e eu discordo
O inverno não é tão frio,
O sol não brilha tanto,
Ser do contra é contra ser
O ser inverso, é não querer
Deixar o rio levar você
Pois foi nas pedras, que segurei
Encontrei a verdade, e com a indiferença
O clímax da crença, eu me deparei