SONHOS DE VIDRO

Fui juntando dissabores,

desenganos, desamores,

os rancores do meu peito,

o desarranjo na alma,

e o vazio no leito.

Remoendo à toda calma,

quando levanto ou me deito,

transportando tanta angústia,

circunstância adversas,

tornei-me enfim desse jeito.

Buscando tecer meu canto,

escaneando o espaço,

Fiz de mim um ser alado,

evitando o desencanto,

a voar tão descuidado.

Idas e vindas,

voos rasantes, poeta errante,

asas de cera, sonhos de vidro,

vida cruel,

zombando de um menestrel.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 26/12/2013
Código do texto: T4625644
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