VIVERÁS MEU PESAR
Sobe rua
desce quase
nua de si mesmo
dispensa todos
depois que
todos puderam tê-la
satisfação em revêla
pequeno espelho
dependurado
banheiro
pintura desgastada
tempo sequência
e movimento
absurdo corriqueiro
que tempo tenho
eu de ser
dona de alguma coisa?
minha coisa se quer
me pertence
desço rua
sempre desejada
quase nua
me deixo pouco
a mim mesma
véu de cama
me descobre deusa
possuam-me
seus desejos
serão ouvidos
servos da libido
constante
pedido
pra esquecer
depois de atendido
quero ser
de novo mulher
mesmo que
desço rua
desperto fome
quase nua
dona de meu fogo.