Alienação
Agradeço à queridíssima poetisa REGINA COSTA, pela honra de conceber o título deste singelo texto.
Reparte o pão ó meu irmão
Que o bolor já o consome
Tem gente de amor carente
Tem gente passando fome
Há fome de qualquer tipo
Espalhando na dor raiz
Fármacos te adormecendo
Ilusão de um dia feliz
É majestoso o teu castelo
E do nababo ainda desfrutas
Olha o rato no meu pomar
Esperando colher as frutas!
A providencia não é divina
O que é do hoje não mais espera
Época vindoura de fruto podre
Pelas entranhas te dilacera
Não cuide dessas feridas
E os anais te dirão seu preço
As pústulas quais tu inflama
Do pus mancharão teu berço
E não pense estarem a salvo
Os jardins do teu domínio
As daninhas além-plantadas
Florirão no teu condomínio...
Ah! Doce e sacra liberdade
Assim clamas por ela vão
Se te restas solidariedade
Rompeis estas amarras então
Ou prisão agora sem muros
Te Fará refém no medo em ti
Carregas o fruto na alma
Tanto faz aqui ou ali.
O mundo para ti será a cela
Aldeia global de gemidos
A semente do ópio prospera
Verás quando for consumido
Velho mundo palco de amores
Ocidente civilizatório ungido
Capitólio, cristandade, bolores
De além-mar partiu o zumbido
Munido da vã mesquinharia
Não dividira o pão do saber
Prática que hoje em ti vejo
A tentar se agarrar no poder
E não falo de única classe
Nem da prática modernidade
Se Uomo e gigante tu fosses
Não matarias em ti a humanidade
Pois homem nasceste e homem serás
Até que te consumas na imensidão
Ameniza a dor que agora não sentes
Com os carentes: divide o pão ó meu irmão!