Às Escuras
Apalpo, outra vez, a parede às escuras
Procuro interruptor a fim de ver novamente
Retratos, escritos - imagens, escrituras
Difícil abrir os olhos, assim, imediatamente.
Vejo figuras, formas, minhas psicodelias
Misturam-se às formas cores no papel impresso
N'um instante me vejo ao espelho em afasia
Comer, beber, andar - De tudo ainda me esqueço.
De joelhos agora - jamais por religiosidade
Por força que falta, por tendência à fadiga
Olho acima e vejo impressa a tua vaidade
Que mata tão fácil, mas antes, castiga.
Apalpo, outra vez, meu pensamento às escuras
Te busco na memória, a luz súbita de lembranças
Não me oferece nada a mais que falhas gravuras
Refletindo em meus olhos, tortuosas andanças.