Eu pecador me confesso


Eu, pecador, me confesso a Deus, a todos os santos,
Aos anjos do céu e a quem mais se faça necessário,
Que a amo acima de todos, como se fosse um otário,
Que a amo acima de tudo, em qualquer e todos recantos.

Confesso que tanta falta sinto dela, a cada momento,
Que até mesmo esqueço de mim, esqueço até que existo,
Que nada mais me importa senão a amar e, haja visto,
Que minha vida se transformou em inferno de sentimento.

Confesso, como não fazê-lo, que vejo em seu corpo o templo
Em que sempre habitam lado a lado o sagrado e o profano,
E que me detenho constrito e zeloso a vê-lo, ano após ano,
Esquecido do próprio tempo, quando de longe o contemplo.

Confesso, também, só em seu corpo encontro a paz almejada,
Simultânea ao crepitar do ardor que ele sempre nos propicia,
Quando nos envolve e nos funde na mais devassa poesia,
Que entre suspiros de minh´alma escapa em louvor à amada.

Eu, homem que tanto a deseja, confesso, sou um pecador,
Que sofre por tanto desejar tê-la de novo em meus braços,
A trocar carícias por este corpo, recolher-me em seu regaço,
Confesso que se assim o sou, o sou inteiramente por amor.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/12/2013
Reeditado em 22/12/2013
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