O bar
Conheci um bar que não existe,
um bar que fica numa rua triste,
em um subúrbio que ainda persiste,
onde a simplicidade subsiste
e na fachada, escrito em cima que é um bar.
Nesse bar o vencido ainda resiste
e a felicidade só consiste
em cantar velhas canções de copo em riste
à energúmena grei do ébrio triste
que já morreu e esqueceram de enterrar.
Conheci um homem nesse bar
coberto com um pano de mortalha
enchendo seu encéfalo canalha
esbandalhando sua mente falha
mourejando nessa ânsia de encontrar
no espelho em frente sua verdadeira cara
entre uma clara e outra escura,
em meio à ilógica contextura
de sua própria e fiel loucura.
Com uma cara ele enfim se acha,
com a outra cara ele se procura.
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