O bar

Conheci um bar que não existe,

um bar que fica numa rua triste,

em um subúrbio que ainda persiste,

onde a simplicidade subsiste

e na fachada, escrito em cima que é um bar.

Nesse bar o vencido ainda resiste

e a felicidade só consiste

em cantar velhas canções de copo em riste

à energúmena grei do ébrio triste

que já morreu e esqueceram de enterrar.

Conheci um homem nesse bar

coberto com um pano de mortalha

enchendo seu encéfalo canalha

esbandalhando sua mente falha

mourejando nessa ânsia de encontrar

no espelho em frente sua verdadeira cara

entre uma clara e outra escura,

em meio à ilógica contextura

de sua própria e fiel loucura.

Com uma cara ele enfim se acha,

com a outra cara ele se procura.

www.fabiomozart.blogspot.com

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 21/12/2013
Código do texto: T4620824
Classificação de conteúdo: seguro