POETAR

Sangra o verso cálido, a poesia escorre

Do ventre estéril, a infecunda estrofe

Volátil pena que não escreve a rima

Néscio desejo de uma musa insana

Chora o poeta no momento austero

De olhos cerrados ao cair no abismo

Irascível sonho que não se realiza

Agonia ilícita a escravizar-lhe a alma

E a pena treme, a lágrima cai

Instintivamente mira o horizonte

Como a divisar o verso inclemente

Que se faz ausente quando ele mais o quer

Mas sabendo ele que todo mal passa

Fecha o caderno da desilusão

E espera em paz que lhe volte plena

A inspiração serena do seu poetar

WMfrança
Enviado por WMfrança em 21/12/2013
Reeditado em 22/01/2014
Código do texto: T4620760
Classificação de conteúdo: seguro