Já não mais creio...

Já não mais creio...

Já não mais creio em ti, em ninguém, na própria vida,
Já nem mesmo creio em mim, no que sou, no que serei
Um dia, não acredito no futuro, muito menos que hei
De me reencontrar em meio a esta existência sofrida.

Já não mais creio na fé que me movia, na esperança,
Já não mais creio em nada, pois tudo são quimeras,
Já não mais acredito em flores e nem na primavera
Que um dia renasceu em mim, como se fora criança.

Já não mais creio nesta força vital que sentia me move,
Maior que todas, e que me conduziu, sempre soberana,
Em minhas divagações, neste enlevo que me ufana,
À procura de mim mesmo, até que um dia me comprove.

Já não mais creio no que busquei com tanto ardor,
E que julguei um dia ter encontrado em teus braços,
Neste abraço etéreo, cósmico, perdido em teu regaço,
Até o dia em que encontrei - já não mais creio no amor!