Sombras entre Mundos
"Quem seremos sem saber quem somos?" Alex Pinheiro
O vento sopra no vale da morte
os cadáveres sepulcram sua sorte
sete palmas, o ritual sem fim
nem a morte será a paz pra mim
O tormento dos condenados
os perdidos não achados
monstros: sem carinho, sem perdão
atormentados pelo que outros gozarão
A figura, a sombra o acompanha
em sua rotina de guerrilha, de campanha
marchando em seu sepulcro ameno
talvez não frio, mas sim sereno
Dizem que os olhos guia à alma
da tristeza essa pobre não se salva
a perdição dos tolos e dos fiéis
todos, da sombra beijam os pés
Talvez a luz antes que canse
tira a alma de seu mais eterno transe
enquanto aos olhos esperança ainda brilha
na estrada essa alma ainda tilha
No fim poucos transbordam alegria
só sobrevivem ao raiar de um novo dia
até que um dia a sombra perde a calma
e atravessa pelos mundos outra alma