Limites
Meus sonhos ultrapassam todos os limites
Do querer, do sentir, do ver, do deleite...
Como poeta sou deveras pegajoso, sou azeite
E a inspiração respeita meu senso de alvitre.
Para conhecer-se o mundo é necessário o devaneio,
O orbe pode rebolar conforme dirigida vontade,
Basta conciliar o pensamento à intrínseca faculdade
Que coordena de forma singular qualquer anseio.
Não é a vida que repõe o que se haja perdido,
É a sensibilidade que atua no astral metafísico
E o que parece oculto mostrar-se-á presente...
Tem-se aí uma rotina obscurecida pelo tempo,
Mas o poeta é monsenhor da vitrine do sentimento
E, através da palavra, diviniza o sonho delinquente!