Colheita Ingrata

Sou como um mero semeador

No campo vazio, com sol a pino:

Carpino, rego e semeio amor

Agarrado à esperança, como menino.

Mas, mesmo com intenção esforçada

A hora da colheita é tão demorada

Que a horta faz pouco da minha dor

E apaixona-se por quem quer que a colha

Até não restar folha

Para agradecer o meu tino.