vulnerável

tem dias que as mãos do mundo lavram-me

por dentro raspando todo conteúdo

de mínguas crenças depositadas

as mãos céticas afinam-me até ser matéria

fragilizada ante a acontecimentos que encharcam

nestes dias quero ser barco empurrado nas marés

despedaçando-me em breve tempo

os fragmentos sendo levados pra rumos

despossuídos de cais

mas as conjunturas

quiseram-me peça mais frágil

copo de papel represando dilúvio

prestes a desmanchar-se

no cais d’alguma mão.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 18/12/2013
Código do texto: T4617049
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