vulnerável
tem dias que as mãos do mundo lavram-me
por dentro raspando todo conteúdo
de mínguas crenças depositadas
as mãos céticas afinam-me até ser matéria
fragilizada ante a acontecimentos que encharcam
nestes dias quero ser barco empurrado nas marés
despedaçando-me em breve tempo
os fragmentos sendo levados pra rumos
despossuídos de cais
mas as conjunturas
quiseram-me peça mais frágil
copo de papel represando dilúvio
prestes a desmanchar-se
no cais d’alguma mão.