Ode ao mar

Mar, se elo de paz

entre o azul do céu

e o traço do horizonte, então,

pacifica-me, ó mar.

Mar, se elo de vida,

de águas profundas

que inundam as terras

de umidade bem vinda, então,

inunda-me, ó mar.

Mar, se elo de amor

entre o poema da tarde

e o alarde trovador, então,

ama-me, ó mar.

Mar, se elo do destino,

de caminhos viajantes,

murmurantes são teus sons

e os tons da maresia, então,

destina-me, ó mar.

Mar, se logo desejo,

ao beijo das ondas,

te quero, ó mar.

Mar, se logo lirismo,

afinizo-me às tuas liras,

portanto, declamo-te ó mar.

Mar, rogo-te a benção da infinutude,

na longitude de estendidas águas

de mágoas dissolvidas, ensalmouradas.

Mar de maremoto, acalmai,

distrai a tua ira na canjira dos santos,

tirai também a prova, no canto leve, bossa nova.

Ó mar, guardo a rima mais cara

debaixo dos olhos para fitar-te feliz,

mas por um triz, não lanço minhas águas às tuas.

Mar, espelho das luas,

chão de prata tremulante,

dai o pão ao navegante

e a calmaria ao semblante de quem ama,

porque amo a ti, ó mar.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 24/04/2007
Código do texto: T461586
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