De repente


E, de repente, assim mesmo, tão de repente,
Você assomou em minha vida e me tomou
em suas mãos, em seu colo, em seus lábios,
em sua boca, me acolheu entre suas pernas,
e me protegeu deste mundo insano, louco,
e me fez, de novo, sentir vivo, sentir gente...
E, de repente, não mais que de repente,
Você me convidou a ingressar em seu mundo,
Dele participar consigo e, entre abraços
E beijos, revivemos emoções guardadas
E preservadas no mais fundo de meu peito,
Por décadas contidas, sentidas, dolentes.

E, de repente, o passado se fez presente,
Você era novamente minha e eu só seu,
Como deuses voávamos céleres ao apogeu
Deste amor incontido, amado, curtido,
E vivido quando perdida nos braços meus.
Mútuos, no leito trocamos nossas sementes
De amor, julgando que viveríamos juntos,
Por todo o sempre, a voar, eternamente.
E hoje, sem nem mais nem porque, você vai,
E me deixa só, eu também de mim ausente,
A divagar e resta somente no ar uma pergunta
Sem resposta: Por que assim, tão de repente?
LHMignone
Enviado por LHMignone em 17/12/2013
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