POESIA DE CORPO

Assalta história

contada pelos homens

na calçada

enquanto passa

polvilha vertigem

desejada virgem

ainda não tocada

pelos estranhos

salto alto

tamanho grande

maior que ela pode

subir

toca céus de sonho

aquele tristonho

feio num banco

de praça

ve sua graça

cresce um ego morto

conforto poltrona

de sala pra ver

a novela

que ela escreveu

palma da mão

desliza muro

grafias caem

folhas concretas

escrevem passos

dama sobre

tabuleiro de rua.