A SEPULTURA DAS DORES
Eu cavei o mais fundo que pude
a sepultura em que pretendia enterrar minhas dores.
Nunca julguei que elas tivessem realmente morrido...
Não... eu antes sabia que tudo não passava de alívio momentâneo e,
no entanto,
eu cavei o mais fundo que pude
na esperança de que esse momento de refrigério durasse.
Mas, que diabos!
Essas dores eram tão fortes que, enterradas vivas,
elas rompiam a pedra mortuária
e vinham habitar novamente em meu peito
mais fortes e cruéis do que nunca.