Escrevendo em teu corpo
Às vezes, me assalta contida vontade imensa
De, bem mais que descrever, escrever por todo
teu corpo, cobri-lo todo de versos, poesia intensa,
que jorra de dentro de mim, incontida, a rodo.
Iniciaria escrevendo em teus pés, em cada dedo,
Estrofes da mais linda Ilíada jamais escrita,
Desta tão sublime Odisseia, sem temor ou medo,
Cantando-te, enlevado, como canto a própria vida.
Nos joelhos comporia apaixonadas redondilhas,
Subintes por tuas coxas roliças que me tolhem,
Detendo-me em teu púbis, como se em uma ilha,
Absorto no misterioso mister com que me acolhe.
Em teu umbigo e seios, em espirais crescentes,
Cantaria os mais apaixonados poemas de amor,
Sonetos e odes gravados indeléveis na mente,
Para este inesquecível momento de tanto ardor.
E quando concluída toda esta minha obra prima,
Em êxtase, postar-me-ia, de longe, a admirá-lo,
Atento a todos os detalhes que emolduram a rima
Deste corpo, frente a que, finalmente, eu me calo.
Às vezes, me assalta contida vontade imensa
De, bem mais que descrever, escrever por todo
teu corpo, cobri-lo todo de versos, poesia intensa,
que jorra de dentro de mim, incontida, a rodo.
Iniciaria escrevendo em teus pés, em cada dedo,
Estrofes da mais linda Ilíada jamais escrita,
Desta tão sublime Odisseia, sem temor ou medo,
Cantando-te, enlevado, como canto a própria vida.
Nos joelhos comporia apaixonadas redondilhas,
Subintes por tuas coxas roliças que me tolhem,
Detendo-me em teu púbis, como se em uma ilha,
Absorto no misterioso mister com que me acolhe.
Em teu umbigo e seios, em espirais crescentes,
Cantaria os mais apaixonados poemas de amor,
Sonetos e odes gravados indeléveis na mente,
Para este inesquecível momento de tanto ardor.
E quando concluída toda esta minha obra prima,
Em êxtase, postar-me-ia, de longe, a admirá-lo,
Atento a todos os detalhes que emolduram a rima
Deste corpo, frente a que, finalmente, eu me calo.