O êxtase das coisas
Eu, poeta nas horas vagas
E pessoa nas horas extremas
Não sou nada
Não é porque não quero,
simplesmente não o sou.
Descobri verdades absurdas
Que me deixam acordado de madrugada
Devaneando sobre até as coisas que nem sei
Porque na verdade nada sei
Minha contradição foi achar muito
Enquanto chegava à conclusões
Que fizeram minha alma arder
Eu, aqui, meu cigarro chegando ao fim
As cinzas batem no cinzeiro e ali encontro-me
Louco, desvairado, perdido e obscuro
A vida é assim
O verbo continua sendo conjugado
Minha respiração não para
Pois nada, nada, chegou ao ápice,
no êxtase das coisas.