FUI
(Sócrates Di Lima)
Há um banco vazio,
Na praça do meu sonho,
Apenas uma flor sob o frio,
Imagem de um fim tristonho.
Então,
Deixaste-me partir,
Fui...
Segui minha própria direção,
Nada levei,
Talvez nada tenha deixado,
Mas, uma coisa eu sei,
Amei...
E fui bem amado.
A vida é assim,
O amor também,
A paixão tem seu fim,
Como tudo tem...
Deixaste-me ir...
Eu fui,
Tentei olhar para trás,
Mas, o orgulho não dexou,
Cegou-me a visão,
Por que no meu cração,
Nada mais ficou.
E se não chorei na despedida,
É porque nem ela teve,
E numa fática partida,
Em nenhuma presença esteve.
E assim se fez,
Cumpriu-se o ritual,
De uma paixão que se desfez,
Como pássaros voam do quintal...
E eu fui...
Tentei olhar para trás,
E não consegui,
Perdi o caminho,
Perdi a direção,
E um novo caminho,
Ventos me trarão,
E seguirei,
ao revés da contramão.
Porquanto, minha alma reclame,
Algo em mim se conclui,
nem que o passado me chame,
E novamente se engane,
Não retrocedo,
Porque longe do medo,
Sozinho,
Sei, que daquele ninho
fui.