"Herege"

Se essa é a sã doutrina,

Prego a não obediência.

Chega de mão pra cima,

Peço mão na consciência.

Faz pouca cerimônia pra ser considerado mestre,

Não se veste... Feito um.

Um tanto quanto esquisito,

Não atende a requisito... Algum,

Pro cargo.

Quem sabe "iê-iê-iê" ou "chá-chá-chá"?

Rasgue o crachá,

Deixe o lugar vago.

É pura verdade,

Não passo de um reles amador.

No palco pouco a vontade,

Nenhuma intimidade, chamo o "mic" de senhor.

... Ufa! Perco o fôlego, ga, ga, gaguejo.

Impreciso,

Não sou bom de improviso,

Por isso planejo.

Quem tem traquejo... Me encarna:

"Falta estilo e presença!",

"Nunca portou uma arma,

Nem sequer cumpriu sentença",

Desavença... Não arranja.

Não ostenta, também não chora miséria,

Não faz cara séria,

Não xinga ou fuma ganja.

E pensar que fiz tudo como manda o figurino,

Fui um desses tolos meninos... Brincando de Tupac.

Sem razão, sentido.

Entrou por um, saiu pelo outro ouvido,

"Fim de Semana no Parque",

Um sotaque... Em gênero, número e grau,

Tudo igual... Redundante.

Qual o mérito em ser real?

Se o conteúdo é banal... Irrelevante.