Fluxo Instantâneo
Trisco na borda caliente
Da xícara fumegante de chá
Um abajur meia luz
Num azul lilás
Tentando equilibrar o chacra
Ativo alguns meridianos
Tento equilibrar meu ser
Encontrar o rio que conduz
A doutrina Tao
Tocar na tecla fria do piano
Negro
E despertar o corvo
Que adormeceu nas artérias
Do meu coração
Que são galhos de puro
Sangue
Tento equilibrar a rima
Quem pode galopar a beira mar
Contigo?
Poeta cantador
Quem pode acompanhar estes versos
De oito silabas emparelhados
Esta rabeca enlouquecida
De acordes do sertão
Este triângulo quanto toca
Toca no fundo do meu coração
E na ponta do meu quadril
A menina pisa paçoca no pilão
E na batida vem a canção
O umbigo pega fogo fagulhando
Nas fagulhas do esmeril
Parece fogo no carvão
O braço de pau machuca a farinha
O tamanco toca no chão
Vaga-lumes brincam na ponta
Das faíscas da lamparina
As rãs cantam suas sinfonias
Na beira da cacimba barrenta
O reco-reco é um instrumento
De metal
Que tem vísceras e cordas vocais
Sangue das águas da lagoa
Que produz haicais nenúfares
E batráquio cantador
Ele é o sentimento do homem
Quando a vida arranha
Ou pinta uma paixão
Um alimento pro samba
Ele com a cuíca
Já destruíram meu coração
Com os versos do poeta branco
Que canta a alma negra
E o amor e seu trovão
Desde o dia que entraram
Em minha vida
Minha alma vaga
Procurando os sussurros
De metais
E o couro rouco
Para alimentar meu coração
Torturado
Tanto blues sambas mambos
Rumbas sirimbós
São quatro horas madrugadas
De flamencos e fados
Luiz Alfredo - poeta
Trisco na borda caliente
Da xícara fumegante de chá
Um abajur meia luz
Num azul lilás
Tentando equilibrar o chacra
Ativo alguns meridianos
Tento equilibrar meu ser
Encontrar o rio que conduz
A doutrina Tao
Tocar na tecla fria do piano
Negro
E despertar o corvo
Que adormeceu nas artérias
Do meu coração
Que são galhos de puro
Sangue
Tento equilibrar a rima
Quem pode galopar a beira mar
Contigo?
Poeta cantador
Quem pode acompanhar estes versos
De oito silabas emparelhados
Esta rabeca enlouquecida
De acordes do sertão
Este triângulo quanto toca
Toca no fundo do meu coração
E na ponta do meu quadril
A menina pisa paçoca no pilão
E na batida vem a canção
O umbigo pega fogo fagulhando
Nas fagulhas do esmeril
Parece fogo no carvão
O braço de pau machuca a farinha
O tamanco toca no chão
Vaga-lumes brincam na ponta
Das faíscas da lamparina
As rãs cantam suas sinfonias
Na beira da cacimba barrenta
O reco-reco é um instrumento
De metal
Que tem vísceras e cordas vocais
Sangue das águas da lagoa
Que produz haicais nenúfares
E batráquio cantador
Ele é o sentimento do homem
Quando a vida arranha
Ou pinta uma paixão
Um alimento pro samba
Ele com a cuíca
Já destruíram meu coração
Com os versos do poeta branco
Que canta a alma negra
E o amor e seu trovão
Desde o dia que entraram
Em minha vida
Minha alma vaga
Procurando os sussurros
De metais
E o couro rouco
Para alimentar meu coração
Torturado
Tanto blues sambas mambos
Rumbas sirimbós
São quatro horas madrugadas
De flamencos e fados
Luiz Alfredo - poeta