COLISÃO

Será meu silêncio quem chora?

Essa lágrima de tudo quanto é não

Encontro a solidão entre os cigarros

Esfumaçado de fraudes e de alusões

Ao amor tragado à distância

Compulsivo pulso do meu coração

Grilos cantam no acasalar da noite

Enquanto eu toco na minha solidão

Qualquer coisa que me açoite

Ufano minha dor, num porre

O relógio louco, o giro dos ponteiros

O meu tempo continua sendo o mesmo

E toco um acorde que dorme

No peito tão calado, sem clarão

De longe da tua claridade

Só há caridade no velho violão

Violas as violas dos saraus

Poetas tristes conduzem

as mesmas naus,do mesmo caos

Náuseas nos quebrantos e nos cantos

Colido comigo

Toda forma é sincera

Irei sofrer como posso

Por ela...

Por ela essas noites calado

Caladas no barulho das emoções que se chocam.

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 13/12/2013
Reeditado em 09/01/2014
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