GRÃOS DE AREIA
Meus pensamentos vagueiam pelo inóspito deserto
Como grãos de areia que se deslocam ao sabor do vento
Vejo um pastor que arrebanha as ovelhas ao céu aberto
Numa ambivalência minha alma vive esse momento.
Da aridez do deserto ao crescimento espiritual
Gravando na rocha uma realidade auspiciosa
Que nessa travessia busco encontrar algo especial
Quiçá entre as dunas onduladas e silenciosas.
Sou do universo um viandante da imaginação
Percorrendo o caminho em direção ao horizonte
Movida pela força indescritível da oração
Sigo os sinais, sentindo o calor do sol na fronte.
No silêncio do deserto a noite é companheira
Para as reflexões dos significados da procura
Na visão onírica do infinito sem fronteiras
Despertar será fazer do mundo nova leitura.
Mas no meu deserto solitário cheio de miragens
Encontro água jorrando para minha sede matar
Encantada com a beleza do verde da paisagem
Descubro que na Vida há sempre um oásis a encontrar.
Neneca Barbosa
João Pessoa, 11/12/2013