Da Medida Perfeita

Da Medida Perfeita

Ah, o amor!...esse inocente mendigo

que, pela rua, ainda pede esmola...

que colhe joio aonde planta o trigo...

que não é consolado, apenas consola.

Ah, o desejo!...envolvente inimigo

que, se não conquista, simplesmente viola;

que traz tempestade, depois que deu abrigo...

o peso da queda, quando se fez de mola.

Ah, a paz!... essa grande medida perfeita;

entre o que se quer e o que se precisa;

que não carece se impor pra ser aceita;

que a tudo dilui...a tudo suaviza...

que já é algodão, antes de ser camisa...

que foi cura, antes de vir a receita.

Torre Três (R P)

13-12-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 13/12/2013
Reeditado em 31/01/2024
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