MOTEL DE ESTRADA

Esta pintura

estranha no quarto

parece retrato

gravado

espectro invejado

passado adiante

quer de volta

o que possuímos aqui

espíritos encarnados

vozes que vem

paredes

abandonadas

onde segurei

tuas mãos

entre pernas abertas

escuridão

vestido preto curto

circuito de corpo

elementar dissolução

prazer e pulsão

fogem pra baixo de nós

querendo subir

de novo

desta vez

deixando rastros

zonas erógenas

de fato

queremos voltar

pelo tato

de onde partimos

quando existimos

quarto abadonado

endereço errado

apenas nos sentimos

bem aqui

se fomos ao fim

porque paramos

aqui.