Da Palavra Sonora
A palavra me espia...quer, de novo, ser escrita
mas a vejo esquisita...e, de certo modo, fria...
sem o som : essa energia que a torna bonita
quando se deixa ser dita na voz que a irradia.
Quero o coloquial, desde que seja verdadeiro
que tenha suor e cheiro...que corra no meu quintal
no delicado, no gutural...tristonho ou festeiro...
o bom som mensageiro nesse silêncio virtual.
Chega de fantasia...de tanta roupa cor-de-rosa
vestindo a minha prosa...despindo a poesia...
de tanta regra vazia...tão sábia e tão teimosa...
da fome apetitosa pela burra teimosia
que teima sabedoria quando não é Rui Barbosa
mas, só uma flor mimosa que nem ele mimaria.
12-12-2013