Versos de Carambolas
Você mexeu com meus sentimentos
No tempo em que em que eu andava
Com a lua
E levava no bolso e no coração
Poemas do menino maldito
Meu lobo solitário apenas me espreitava
Meu corvo ainda não tinha delineado
Seu olhar
Nem grasnado diante do espantalho
De braços abertos
Repletos de metonímias
O teu amor era suficiente
Para eu fazer sonetos mesmo que irregulares
Tecer canções
Soluçar cantares
E me alimentar da era dos sonhos
Beijar teus lábios da geléia mais doce
E dormir nos teus seios
Comendo estrelas parnasianas
Da via – Láctea
Mas um dia veio o tempo
Em que o amor se tornou inútil
A poesia concreta marginal
E os olhos tiveram que ser aberto
Sem a flor dos delírios
Fibras nervuras destiladas
O cristalino desgastado teve que ser
Arrancado
E tive que aprender que o amor
Não existe
E a vida é uma era
Que um dia vira um fóssil
Guardado entre pedras brutas
Um vale ermo inóspito
E solitário
Um caminhar abandonado
Um epigrafe tentando encobrir
A morte de musgos verdes
E um poema romântico.
Luiz Alfredo - poeta