O velho
De dentro do corpo corroído,
Ele observa bem a rapariga.
Olha-a demoradamente, sem urgência:
Impossível, aos homens, sabê-la, deduzi-la,
Não a ele, que já a descobriu há seis séculos.
Lamentosamente, dispara-se para o abismo:
Não é a rapariga, irresoluta e desvairada,
Que se chega impontual, incogitável, agora mesmo.
Não é ninguém,
Não é nada.
Na rapariga há toda a enunciação.
É gorda e possível.
Por fim, ele sopra o bafo de alcaçuz
Aonde mais arrepia e eriça os pelinhos.