PARADIGMA
Eu não lamento o dia em que saí por aí errante
Ou a vida que bebemos amiúde em um instante
São demais pequenos os detalhes fugazes,
Herculeamente sereno o poder dos olhares
Quiçá conteste a noite e a mente metódica
O extemporâneo silêncio dos incompreendidos
Que goteja na janela episódica
Da chuva empírica de todo sentido
Alusões e saudades
Mergulhadas em seu mesmo manejo
Sonetam até vagas nucleares:
Sinédoques e diagramas prevejo
[além-mar...
Daí o advento magmático
Em - rosados - ruídos rasantes
Esculpindo (novos) talhes solares
Do solitário navegante
Aos poucos sufragado
Pervertido/embriagado
Mas há vórtices a velar
Que não permitem condoer-te
Alhures vem diversa maré
Outro também será o porto
Natimorto é o presente
(sinalagma obscuro)
Se não tens fé -
Paradigma do futuro!