CRIA PERDIDA

Cidade vadia,

Aqui, estou eu!

Tua rejeitada cria.

De sexo fui,

Dia-a-dia.

Nas tuas ruas;

Orgias,

Mas esse que cria é,

E com palavras, nua te deixa.

Tem quente o sal que lhe sustenta,

Parte igreja,

Parte delírios, selva!

Comida sem mesa!

Cidade vadia,

Aqui, estou eu!

Tua rejeitada cria.

Vendi-me, prostitui-me,

Fui de uns e de tantos,

Fui de canto, mesa, ladeiras, capim...

Fui, sou!

Cria,

Vadia,

Dessa cidadezinha,

Maninha... fui.

Coisa alguma.

Mas, sendo eu,

Cria vadia,

Dessa

Cidadezinha,

Tenho uma breve alegria,

De quer em poesia

Vadia,

Sou eu...

Tua mulher cria.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 11/12/2013
Código do texto: T4608353
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.