CRIA PERDIDA
Cidade vadia,
Aqui, estou eu!
Tua rejeitada cria.
De sexo fui,
Dia-a-dia.
Nas tuas ruas;
Orgias,
Mas esse que cria é,
E com palavras, nua te deixa.
Tem quente o sal que lhe sustenta,
Parte igreja,
Parte delírios, selva!
Comida sem mesa!
Cidade vadia,
Aqui, estou eu!
Tua rejeitada cria.
Vendi-me, prostitui-me,
Fui de uns e de tantos,
Fui de canto, mesa, ladeiras, capim...
Fui, sou!
Cria,
Vadia,
Dessa cidadezinha,
Maninha... fui.
Coisa alguma.
Mas, sendo eu,
Cria vadia,
Dessa
Cidadezinha,
Tenho uma breve alegria,
De quer em poesia
Vadia,
Sou eu...
Tua mulher cria.