Como Vento...
Não penso a vida com propósitos maiores...
Vivo, trabalho, sofro, amo... E isso me basta...
E como não há nada além, sentir o agora tornou-se a única via
De acesso ao imponderável... Em colisão com o momento...
Viajo por longos trechos de chuvas constantes
E dentro de nossas veias corre o único tempo que existe...
Dele, tiro meu propósito e minha sina disfarçada de opção.
Sei dividi-la entre dois mundos paralelos... O Mundo da dor e o da decepção...
Carrego a marca da luta... não visível, mas intrínseca a cada passo dado, A cada hora vencida pela insistência em viver...
A vida, sem destinos superiores e sem razão de ser...
A vida que levo para não ser levado... Que demorei muito para compreende-la, Mas que hoje percebo seu legado...
Eu vejo o horizonte... Vejo um céu nublado...
Serão as chuvas, serão os montes.. O que me foi ofertado?
Eu sou aquele que viveu por tudo e sofreu calado...
Mas hoje canta no otimismo da depressão...
Sou como vento e minha vida passa...
Plena em Solidão...