NÃO HAVIA MOTIVO
Ontem me acordei estranho
Sentia-me pesado, angustiado,
O pior, não havia motivo,
Pelo menos um motivo aparente.
Os pensamentos flutuavam
Desordenadamente sem reter-se,
Á medida que as horas passavam
Ficava mais irritado, triste.
Triste comigo mesmo querendo sair
Sair de tudo isso, de mim,
Ter o poder de arrancar e jogar fora
O que estava me consumindo,
Queimando-me por dentro.
Depois de tudo, senti um vazio,
Vazio no corpo e na alma,
Um torpor tomou conta do meu ser
E me fez querer ficar só, quito.
De repente um pensamento aflorou,
Você veio e a tua imagem era forte
Harmonizando-me, trazendo paz,
Chorei, chorei muito ali, sozinho.
Em posição de feto adormeci...
Marcus Catão