Coisas de um condado – II

Eu jurei para mim mesma e para as minhas convicções que tão cedo, ou jamais, retornaria aos eventos daquele condado, mas quebrei a jura. Bem empregado para mim, que fui cheirar merda (desculpe, leitor/a) pra verificar se fede.

Em atenção a determinada pessoa, compareci a um evento em que essa pessoa assumia o foco central das atenções. Resolvi retornar ao condado em virtude justamente de ser a tal pessoa uma colega de profissão desde a década de 70. Não incluirei muitos detalhes, pois, mesmo não tendo saído do condado satisfeita com a colega, ainda prefiro preservá-la de minha língua escrita.

Quase nada me causou prazer ali, no condado. Os protocolos enjoativos, as apresentações vazias, as caras e bocas de Michele ao ver Obama, na maior saliência, tirando fotos durante a solenidade do funeral de Mandela. E não gostei também de observar a professora, um tanto desarticulada, talvez pela emoção em lançar um trabalho. Não tem necessidade de especificar que trabalho foi, estou economizando para que não descubram de quem se trata. Também não achei a menor graça na declamação de um poema da autoria da estrela da festa, feita por uma amiga querida (dela). O poema já era ruinzinho, ficou pior!

Chegou o momento em que todos os convivas deveriam se locomover para outra sala onde o trabalho seria autografado. Aí, meu querido leitor/minha querida leitora, você na certa pensou que eu revelei o tipo de trabalho. Acertou no seu pensamento, era um livro. Tá, você ganhou desta vez, 1x 0.

Pois não é que, ai ai, acredite se quiser, havia duas pilhas de livros separadas: uma para as autoridades que nem dão tanta ligança para professores, e outra pilha para os sem importância, por exemplo, os professores. Sim! Os colegas da dona da festa.

O pior vou dizer agora, os livros separados para as autoridades estavam todos autografados para que as excelências não enfrentassem filas, vez que tinham outro compromisso. E também, ai ai, porque autoridade é autoridade e ponto final. Ainda bem que a fila estava curtinha.

Ao final das contas, penso que a desprovida de vergonha na cara sou eu que ainda saí da felicidade de minha casa para ir ver uma colega demonstrar falta de cidadania e de senso de igualdade, justiça e princípios democráticos. Ainda cumpre acrescentar que a área de conhecimento da colega é justo a que mais se ocupa desses temas.

Vou tornar a jurar tão cedo não dar um só passo na direção daquele condado onde coisas tão inacreditáveis acontecem.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 11/12/2013
Reeditado em 11/12/2013
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